sábado, 21 de agosto de 2010

Deus salvou a vida de Vinicius!


Renivaldo Costa - jornalista
Acidentes domésticos são a causa de 77% das sete mil mortes anuais decorrentes de causas externas de crianças de zero a 14 anos no País, de acordo com o Ministério da Saúde. Até a última quinta-feira, 19, esse número para mim era simplesmente uma estatística.
Senti na pele, neste dia, o drama de quase ver meu filho de cinco meses morrer por conta de um simples vacilo doméstico: deixar a porta, que a leva a uma escada de três metros, aberta.
 Moro no bairro do Buritizal, ao lado da casa dos meus pais. Último filho a casar, não quis ficar longe dos velhos e resolvi construir minha casa do lado da deles. Meu pai me cedeu uma área de 120metros quadrados e lá construí minha casa. Em função da exigüidade do espaço, fiz em dois andares e passei a morar no segundo.
 Em março nasceu meu filho Vinicius. Minha esposa saiu de licença-maternidade para se dedicar mais a ele nesses primeiros meses. Na quinta-feira, por volta das 15h, eu estava no trabalho quando o telefone tocou. Era minha mulher que, em prantos, me dizia que Vinicius havia caído da escada de casa. A escada em questão tem três metros de altura e é de concreto maciço.
 Saí correndo do trabalho e, no caminho de casa, pensava em encontrar meu filho morto. Dificilmente uma criança de cinco meses teria sobrevivido à queda. Mas sobreviveu.
 Por milagrosa intervenção do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, encontrei meu filho apenas com um corte atrás da orelha e com alguns arranhões. O andador que ele usava amorteceu a queda e, milagrosamente, só virou próximo aos últimos degraus. A partir daí, sandálias e sapatos que havíamos deixado ao pé da escada, amorteceram a queda. Creiam-me, depois de cair de uma altura de três metros, meu filho ainda tinha disposição para sorrir e brincar.
 Fiz questão de relatar esse caso porque entre as principais associações de quedas com bebês estão os móveis, escadas e o andador. O andador é o grande vilão, responsável por mais acidentes que qualquer outro produto infantil destinado a crianças entre 5 a 15 meses. A maior parte das lesões resulta de quedas em escadas ou tropeços. O pediatra do meu filho, Dr. Gondin, já havia me recomendado não usar andador com o Vinicius. Não dei ouvidos a ele. De hoje em diante, bani esse produto da minha casa. Mas, como diria Vinicius de Moraes, “por via das dúvidas, livrai-nos, meu Deus, de todo o mal”.
Pos scriptum. Lembrei-me de um ditado húngaro que o Cleverson Baía citou outro dia no Bar do Abreu: “Deus protege os bêbados e as criancinhas”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os acidentes domésticos não podem ser ignorados, e o pior de tudo é que não imaginamos que irá acontecer conosco e ficamos um pouco relaxados quanto aos cuidados. O senhor Renivaldo Costa foi abençoado por ter a vida do filho guardada por Deus mas cada qual deve fazer a sua parte, Deus nos guardando do mal, e nós tentando evitar o mal através de nossas atitudes. Tratando-se de acidentes domésticos, evitá-los sem tolir a criança nos seus anos de descoberta do mundo é um desafio, mas fica um lembrete, a conversa é fundamental, a atenção é necessária e agir preventivamente deve ser hábito. Palavra de bombeira, mãe de um filho de 13 anos e de uma menina que nascerá em novembro.