quarta-feira, 17 de março de 2010

Um dia de quarta...

Risos, essa vida de filha é uma graça. Meu pai depois da doença parece que virou criança, quando bate o pé dizendo que quer fazer uma coisa, só desiste depois de muita psicologia, e como eu sempre fui adepta da psicologia da porrada, me vejo em frangalhos para adquirir um novo jeito 'meigo' de conversar sobre as coisas.
Ontem, saímos do hospital direto para a loja Cacau Show, ele queria comprar ovos de páscoa, e a informação que eu tinha é que além de comer um chocolate saboroso, os preços estavam ótimos. Fomos até o local, primeiro trabalho, descer do carro sozinha e deixa-lo no veículo bem distante da loja, uma vez que o estacionamento no centro comercial fica um inferno. E finalmente, comprar os ovos que ele quer porque quer dar para a parentada que tá aqui próximo da gente.
Até ai tudo certo, voltamos para casa, passamos por todo o processo do tira do carro, coloca na cadeira, abre o quarto dele, arruma a cama, pega água, leva ele pra cama, tira a roupa dele, mostra os ovos, verifica a hora do remédio, e por fim, vai sentar que tu és filha de Deus...risos....
Amanhece e a quarta-feira chega carregada de nuvens e chuva. Corro do quarto para deixar minha filha na escola, acordamos atrasadas com esse climinha frio, não tinha como levantar antes do quentinho da cama, e quando chego no pátio em direção ao meu carro, lá está o Papai vestido com a roupa de guerra (boné e óculos são os identificadores de que ele quer sair)...com a sombrinha do lado, me esperando para irmos para a Feira comprar peixe...risos...
Tive que cortar o fogo dele: primeiro, não tem como sair com ele em um dia de chuva, principalmente agora que ele tem dificuldades para se locomover, e cansa muito rápido quando fica muito tempo em pé. Segundo, eu sou péssima na habilidade de ser dona de casa, vou numa feira só para fazer companhia porque o trabalho de escolher hortaliças e carnes eu deixo para ele.
Resultado, ele tá sentado no pátio...pensando na vida, e de meia em meia hora me chamando...risos, essa re-descoberta de ser filha aos 30 e poucos anos acaba comigo..rsrsrsrs, uma hora me faz rir...porque agora penso que tudo devo levar na brincadeira, até quando ele fica puto da vida por conta da quimioterapia e me manda pra bem longe, ou nesses momentos infantis, em que ele quer porque quer uma coisa....
Affff...e lá vamos nós enfrentar a quarta-feira.....

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