domingo, 14 de fevereiro de 2010

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM

Aroldo Pedrosa e a banda Vanguarda

No comecinho do mês de dezembro de 2009, quando realizei, no SESC Centro, o show-manifesto Tropicália na Linha do Equador (foram três apresentações em 2009), nasceu a ideia do projeto DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM – show musical contando um pouco da história do samba, a partir de clássicos que compõem e, sobretudo, enriquecem o Universo da Música Popular Brasileira. Clássicos como “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), “Com que roupa” (Noel Rosa), “A sorri - o sol nascerá” (Cartola), “Chega de Saudade” (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes), “14 anos” (Paulinho da Viola) e “Incompatibilidade de gênios” (João Bosco/ Aldir Blanc), entre outros, cujo repertório está anexo a esta proposta.
Cantar um pouco desse Universo me vem pela história que o Amapá tem com a cultura negra. Afinal, o batuque e o marabaixo são as nossas mais nobres e expressivas manifestações culturais e - o que é mais importante – são oriundas também da mãe-África, tendo, portanto, irmandade com o samba. E foi buscando e encontrando explicações para a origem de tudo isso que aumentou mais ainda o meu entusiasmo de produzir DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM.
O Amapá tem tradição de samba. Basta ver agremiações carnavalescas como Boêmios do Laguinho e Maracatu da Favela, que já ultrapassam meio século de fundação. Quando o carnavalesco Joãosinho Trinta veio ao Amapá, em fins dos anos 1990 a convite do governo do estado para a festa de inauguração do Sambódromo, ele observou isso. São 13 anos só da era Sambódromo, e agora o Carnaval amapaense vai ganhar do atual governo a Cidade do Samba – evidentemente que esse revezamento se dá pelo fato da Beija-Flor de Nilópolis ter conquistado o bicampeonato do Carnaval do Rio de Janeiro de 2008 com o enredo “Macapaba, Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo”, valorizando mais ainda o Carnaval do meio do mundo. Então é visando ampliar cada vez mais a ressonância da nobreza do nosso samba que nasce DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM. E para executá-lo convoquei os maiores músicos do Amapá para compor a banda base:

Dilean Monper: direção musical, teclados e violão
Ezequiel Paixão: baixo
Del Gonçalves: bateria
Wesley Sampaio: flauta
Huan: percussão
Aritiene Dias: sax
Jorge Luís: trompete
Antônio Carlos: trombone
Ceará da Cuíca: cuíca (participação especial)
E para que o show tenha caráter coletivo e seja mais dinâmico, convidei artistas como Vicente Moura, Roni Moraes, Ingrid Sato, Celine Guedes e Lêide Púrpura para interpretar comigo alguns dos clássicos selecionados e sambas que também compus ao longo desses anos como “A poesia das ruínas”, “Último enredo” e “O carnaval das águas”. A atriz Rosa Rente é convidada para fazermos, juntos, a poesia que emana do samba.
Mas não é só isso. Para o encerramento pensei numa coisa apoteótica como pede, naturalmente, a efervescência do samba. DESDE QUE O SAMBA É SAMBA É ASSIM vai ter uma sequência de sambas-enredos campeões que, para garantir a boa qualidade na execução e interpretação dos mesmos, chamei (o samba - como diria o Paulinho da Viola – chama) a banda base da bateria da Escola de Samba Piratão e mais os puxadores PAULO CHUCRE, DOM ELÁDIO E SALGADINHO. Estes são convidados mais que especiais.
É esta, portanto, a minha proposta para saudar os 252 Anos de Macapá e o Carnaval do Meio do Mundo.
A gente se vê então, nesta segunda-feira de Carnaval (15), no Carinhoso. E viva o samba!

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